O Couro

Desde o inicio da humanidade, se tem notícias de tratamento de peles e couros, algumas pela simples desidratação, processo simples onde se utiliza algum tipo de sal para auxiliar este sistema. O mais comum é o cloreto de sódio, o sal de cozinha também utilizado na culinária, oriundo da extração marinha. Como também pelo processo químico do curtimento, onde se oferece ao colágeno (parte principal e mais importante do processo coureiro), substâncias tanantes, que nada mais são que conservadores vegetais ou minerais para o couro.

As primeiras notícias que se tem sobre estas substâncias, são as extraídas de alguns tipos de cascas de árvores, que apresentam grande teor de tanino, substância esta que ligada ao colágeno, permite um isolamento das fibras naturais contra fungos e bactérias que são as responsáveis pela degradação da pele "in natura".

Atualmente a substância mais utilizada pelos curtumes, é o cromo III. Esta escolha se dá pela maior agilidade no processo de curtimento, barateando os custos, e tornando-o comercial para todo o planeta, já que com muita facilidade se encontra couros de diversas nacionalidades viajando pelo mundo, porém este produto é o maior vilão desta indústria, pois é tóxico e necessita de grande tempo para sua total absorção pela natureza.


PROCESSOS DE UM CURTUME

Os processos de um curtume são classificados da seguinte forma:

  • Salga: transporta-se o couro e o armazena durante alguns dias, já que a vida útil do couro após a esfola é de apenas 6 horas.
  • Remolho: Inicia-se o primeiro passo para a transformação de pele em couro, após a retirada do sal, utilizado para a conserva.
  • Depilação: utiliza-se o enxofre em sua forma de sulfato ou sulfeto de sódio para dissolver os pêlos, substância esta composta em quase sua totalidade pela queratina, esta a substância atacada pelo enxofre.
  • Caleiro: momento onde se adiciona o cal hidratado para provocar o intumescimento das peles, com o objetivo de promover a limpeza entre as fibras, permitindo que os próximos processos tenham maior eficácia.
  • Desencalagem: Após obter a limpeza entre fibras, retira-se este cal, e inicia-se a acidificação das mesmas para começar o processo de curtimento, neste momento, utiliza-se também alguns tipos de enzimas para auxiliar neste processo de retirados de substâncias que resistiram ao caleiro, a este processo damos o nome de PURGA.
  • Acidificação e Curtimento: coloca-se nos couros uma quantidade de ácidos inorgânicos para que se posso acertar o pH destas peles e então inicia-se o processo de curtimento que é a oferta de tanantes minerais (cromo, alumínio, etc…) ou vegetais.

CLASSIFICAÇÃO DOS CURTUMES

Vale dizer que os curtumes são classificados de acordo com a realização parcial ou total destas etapas de processo, tendo-se os seguintes tipos de curtumes:

  • Curtume integrado: realiza-se todas as operações descritas nas figuras anteriores (Figuras 2 e 3), desde o couro cru (pele fresca ou salgada) até o couro totalmente acabado.
  • Curtume de “wet-blue”: processa desde o couro cru até o curtimento ao cromo ou descanso / enxugamento após o curtimento (Fig. 2); “wet-blue”, devido ao aspecto úmido e azulado do couro após o curtimento ao cromo.
  • Curtume de semi-acabado: utiliza o couro “wet-blue” como matéria-prima e o transforma em couro semi-acabado, também chamado de “crust”. Nas Figuras 2 e 3, sua operação compreenderia as etapas desde o enxugamento ou rebaixamento até o engraxe ou cavaletes ou estiramento.
  • Curtume de acabamento: transforma o couro “crust” em couro acabado. Na Figura 3, corresponde às operações desde cavaletes ou estiramento ou secagem até o final (estoque / expedição de couros acabados). Há quem também inclua nesta categoria os curtumes que processam o “wet-blue” até o seu acabamento final.

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